"AUTO-AUTÓPSIA"


A dor e a saudade tomam conta de mim.
Sinto-me um cadáver transeunte
Desde quando vou partiu.

Olho pra dentro de mim
Procurando resposta para tudo isso
Tudo que se passa comigo agora
Numa quase auto-autópsia.

Examino minha face ,
Pálida e gélida.
Já não mais irradia a alegria da antes,
Nem revela anseios ou esperanças.

Vejo minha boca inerte
Não mais murmura palavras bonitas.
Apenas guarda meus íntimos segredos
E as declarações de amor que nunca fiz.

Meus olhos cerrados perderam o brilho.
O rubor de minha retina,
Revela a solidão das noites que em vão,
Passei acordado a sonhar com você.

Minhas veias não têm calor.
O sangue que desbrava meu ser
Converteu-se num rio de lágrimas polares.

Minha mente se desligou do meu corpo.
Não há mais pensar, não há mais nada
A não ser a lembrança eterna
Do teu rosto que em mim está gravada.
 
O meu coração...
Não, isso não é possível!
Meu coração ainda quente
Continua a pulsar
Mas como pode ser, se meus sinais vitais se foram contigo?

É que mesmo longe, morto de saudade
Essa vida que ainda existe em meu peito
Vem desse amor imenso que há em mim
E que para sempre comigo irá viver.

CLAY REGAZZONI

(direitos reservados ao autor)

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