Relicário da Poesia

Minha noiva me espera Um negro véu cobri-lhe a face Enquanto vou ao seu encontro Penso algumas vezes em me apressar Outras, em fugir Às vezes desejo acelerar o tempo Outras, em pará-lo. A noiva do negro véu me espera Seus olhos rubros me fitam Ela não se move Não fala, não respira Apenas aguarda o momento Em que eu repousarei em teu colo gélido E dele farei meu último leito. A noiva do negro véu Permanece imóvel sobre o altar fúnebre Ela sabe que a cada instante que passa Mais se aproxima o meu  dia Que serei dela eternamente A ela me entregarei E ela me libertará das dores da vida E nos teus braços descansarei Em nosso féretro nupcial. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)

Tudo espero do amanhã Caso haja o amanhã Tudo posso no amanhã Tudo sonho pro amanhã Pois meu hoje é cinza e frio. Hoje tudo suporto Na esperança do amanhã. Confiando que o amanhã Traga de volta a alegria Que hoje de mim se ausentou. Desejo que esse dia se finde E eu possa acordar amanhã No amanhã morra a paz E lá está minha felicidade Pois você vai voltar amanhã. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)

Voraz solidão que dilacera minh’alma Eterna tristeza que minhas esperanças enterra Doloroso saber que aqui não estás Fatal conhecer que jamais voltarás Que traz a vontade de com Deus me encontrar. Perda tão triste que me mata amiúde Dor infindável que meu viver assola Se o tempo voltasse para mim sem demora Faria de meu colo seu cárcere eterno. Quem sabe um dia lhe tenha de volta Mas hoje só um sentir minha vida domina Essa tanática solidão que invade meu peito Que faz de meus olhos dilúvios caírem Com lágrimas acres que me afogam no leito. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)

Enquanto a noite passa, Sinto pesar em meu peito arfante, O comovido remorso de não ter falado, Do dia que tive e do choro velado, Por não ter você aqui nesse instante. Enquanto a noite passa, Uma oração faço pedindo que um dia Possa ao teu lado estar e contar meus segredos Segurar tua mão pra enfrentar os meus medos E olhar em teus olhos e chorar de alegria. Enquanto a noite passa, Busco ver teu rosto em meu quarto vazio, Tento escutar tua voz me chamando, mas não ouço nada e fico esperando, Sentir teu calor numa noite de frio. Enquanto a noite passa, Fecho meus olhos e então eu te vejo. Beijo teus lábios e digo eu te amo, Toco teu rosto e a ele profano, Lhe tenho em meus braços e mais lhe desejo. Enquanto a noite passa, Sinto inundar o meu ser tão chagado, Um amor infinito, uma alegria tão terna, Que rogo aos céus: que a noite seja eterna. Suplico a Deus que nunca eu acorde, Mas perco você quando os olhos eu abro. 

A palavra é dom de Deus para a expressão do Bem, da Verdade e da Justiça. Use-a com a propriedade que ela exige de você. "No começo era o Verbo (palavra-idéia) e o Verbo era Deus"(Jo1,1). Quando você fala mal de alguém, a sua consciência lhe cobra.  Você não consegue ter tranquilidade quando volta à sua casa, levando o peso da responsabilidade sobre as consequências do mal que poderá causar aquilo que falou, em certa roda, de alguma pessoa. Discipline a sua língua e não se arrependerá. Do livro "Comece o dia Feliz", do Padre José de Sousa Nobre, Editora Paulinas

Não se apegue aos bens materiais.  Não se faça deles escravo. Os bens que a providência lhe concedeu possuir devem ser usados para a sua subsistência, a conservação de sua saúde e até para o seu conforto material, é claro. Para isso você trabalhou. O que não é possível é que em outra coisa você não pense mais, a não ser em possuir bens materiais, como se não houvessem outros valores mais importantes e essenciais. Lembre-se de que os bens que temos a morte os consome; o bem que fazemos o Céu retribui.

Olho em volta e vejo O vento da vida em seu vai e vem permanente Balançar as folhas de minha existência No balé incessante do dia e dia. O vento da vida vai levando sonhos Mas também traz novas esperanças Leva medos, alegrias, angústias e sorrisos Leva saudades e recordações. Afasta incêndios e inundações Retorna devolvendo bonança e temperança. Mas também melancolia e dor Só não leva a lembrança de ti. O vento da vida sopra Transformando o mundo a todo instante Vai varrendo folhas, mexendo sentimentos Movendo marés, mudando pensamentos. O vento da vida segue seu voo inconstante Mudando sempre de direção Hoje o que o vento leva Poderá trazer de volta em uma outra estação. O vento da vida que Deus soprou Numa brisa fria fará seu último voo E tomará de mim a vida... Mas o amor que vive em meu peito A poesia que carrego comigo Vento algum levará de mim. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)

Cada dia fica mais triste Nem um sonho mais existe Nenhuma esperança resiste Se você não está aqui. Sonhos desaparecem Rouxinóis se emudecem Primaveras não florescem Se você não está aqui. Meu peito se infla de dores As flores não se enfeitam de cores Poetas não proclamam amores Se você não está aqui. Nada alegra o coração Tudo perde a emoção A vida é melancolia e desolação Se você não está aqui. Mas retorna todo o encantamento Toda paz, luz e sentimento Quando enfim, chega o momento Que você comigo está aqui. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)