"SONETO AMARGO"


Eis-me fartado do cardioclasta amor
Que tão mordaz enrubesce meu vil olhar
Silencioso em minh´alma dói-me a ecoar
Deixando nos lábios meus um acre sabor.

Perturbo-me já entre sombras envelhecidas
Desperto em mim as dores de meu triste pranto
Ouvindo o trêmulo silêncio de meu espanto
Cantando a utopia das quimeras já perdidas.

Entristeço-me ao cair do negro luar
Sufocado em tristezas suspensas no ar
Sepultando meus sonhos num choro amiúde.

Pois a perder-me estou num viver descontente
Num suplício atroz deste bardo demente
Implorando morrer já que amar nunca pude.

Clay Regazzoni

(direitos reservados ao autor)

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