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Mostrando postagens de dezembro, 2015

RECEITA DE ANO NOVO - Carlos Drummond de Andrade

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Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos resp

"CUMPLICIDADE"

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Vem amada, conta-me a tua tristeza E eu restaurarei o teu sorriso. Revele-me a tua angústia E acalmarei teu coração. Indique-me os teus caminhos Carregar-te-ei nos braços meus. Se inimigos pela vida encontrares Serei então o teu exército. Mostra-me as tuas feridas E as lavarei com minhas lágrimas. Dize-me de tua fraqueza Erguei-te-ei uma fortaleza. Ensina-me a tua história E a contarei em meus poemas. Confessa-me os teus pecados Pagá-los-ei com minha vida. Dê-me o teu amor Pois o meu, há muito lhe entreguei. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)

"CANTIGA SAUDOSA"

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Saudade! Solidão que arde, Que meu peito invade, Prolongando os dias. Tornando as noites frias, E que sevicia a alma, Que nos rouba a calma, E ainda faz chorar. Saudade! Dor mais delirante, Quando se está distante, Da amada que antes via, Em meus olhos cantar a cotovia. O cântico que hoje tento, Espalhar aos quatro ventos, Pedindo pra ela voltar. Clay Regazzoni (direitos reservados ao autor)

Amar - Carlos Drummond de Andrade

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Vídeo poema : Amar - Carlos Drummond de Andrade , declamado por Paulo José Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? Amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? Amar o que o mar traz à praia, e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.  Ca

"Vassalagem"

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Aqui me posto, Senhora minha Para pagar-te o meu tributo Como vassalo de tua beleza Eu te entrego o meu coração. Sou teu fiel amante O que me pedires lhe darei. Se pedires uma vela acesa Buscar-te-ei o sol. Se pedires minhas lágrimas Derramá-las-ei em forma de diamantes Se pedires um sorriso Mostrar-te-ei como sorri minha alma Quando tu estás comigo. Sou teu súdito fiel, minha amada Rainha. Quero a loucura lúcida de te amar E viver minha vassalagem amorosa Louvando-te e venerando-te Com todo esse amor que por ti carrego. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)

"A Alma de um Poeta"

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Quando a alma do poeta converter-se  em amargura, No  céu não mais terá um anjo puro. As estrelas fugirão pra um outro cosmo. O orvalho não tocará a verde relva. No horizonte não mais se avistará o pôr-do-sol. E opaco será cada luar. Quando a alma do poeta converter-se  em amargura, Não  se ouvirá o cantar da cotovia. O rouxinol não morrerá por uma rosa. Wherter não se comoverá ao ver Charllote , Repartir os pães entre seus irmãos. O corpo não estremecerá ao ouvir o nome da pessoa amada. Os amantes não viverão talvez jamais amores santos. Não haverá juras de amor inesperadas, Nem o olhar abobalhado de quem ama haverá. Quando a alma do poeta converter-se  em amargura, Ninguém  recordará o primeiro amor. A história dos amantes de Veneza não mais será contada. Apagará a lembrança do primeiro beijo. A natureza perderá o seu encanto. Flores murcharão pelo caminho. Cinzas vão pairar por sobre a tarde . E o sol transformará seu fogo  em gelo. Quando  a alma do poeta converter-se  em amarg

"TEORIA"

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Perdoem-me grandes sábios Perdoem-me mestres da física, da astronomia, das ciências todas Perdoem-me gênios e filósofos Mas vou desvendar um grande mistério Vou lançar uma nova teoria A "TEORIA AMORCÊNTRICA". Todo sonho, todo desejo, toda esperança, toda fé, toda paz, todos humanos, toda natureza, toda poesia, todos seres, as galáxias todas Tudo gira em torno do amor. O AMOR é o centro do universo. CLAY REGAZZONI (Direitos reservados ao autor)

Reflexão - Familia

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“O ponto de partida para o sucesso da educação é fazer do casamento um êxito. A família bem constituída é a melhor escola onde os valores humanos são ensinados, assimilados e melhor vividos.”

"O VENTO DA VIDA"

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Olho em volta e vejo O vento da vida em seu vai e vem permanente Balançar as folhas de minha existência No balé incessante do dia e dia. O vento da vida vai levando sonhos Mas também traz novas esperanças Leva medos, alegrias, angústias e sorrisos Leva saudades e recordações. Afasta incêndios e inundações Retorna devolvendo bonança e temperança. Mas também melancolia e dor Só não leva a lembrança de ti. O vento da vida sopra Transformando o mundo a todo instante Vai varrendo folhas, mexendo sentimentos Movendo marés, mudando pensamentos. O vento da vida segue seu voo inconstante Mudando sempre de direção Hoje o que o vento leva Poderá trazer de volta em uma outra estação. O vento da vida que Deus soprou Numa brisa fria fará seu último voo E tomará de mim a vida... Mas o amor que vive em meu peito A poesia que carrego comigo Vento algum levará de mim. CLAY REGAZZONI (direitos reservados ao autor)